Passaram dez anos desde que salvaste a Humanidade do seu desaparecimento, o que ocorreu em Frederik Pohls Gateway. Agora retiraste-te, e com cinquenta milhões de dólares na tua conta do banco tens muito poucas coisas com que te preocupar. Mas logo quando estás ocupado desfrutando do teu retiro, um objecto gigante aparece sabe lá Deus de onde e se posiciona perto de Plutão. Rapidamente se baptiza como “o artefacto” e se especula que é uma nave Heechee. É difícil de assegurar, pelo que as Nações Unidas decidem enviar uma nave espacial levando um embaixador para que pesquise. Sabes? Tu não és esse embaixador, mas chamam-te para que informes o dito embaixador antes que parta. Infelizmente um grupo de terroristas ataca-te antes que te reúnas com o embaixador e vês te forçado a escapar na nave em que o embaixador ia reunir-se com O Artefacto. Assim… é aqui que começa a tua aventura.
Gateway 2: Homeworld de Legend Entertaiment foi publicado em 1993, e começa a história onde terminou a primeira parte, o que agradará a todos os seguidores do original. E não só pela qualidade da história que enlaça com a primeira parte, que melhora a anterior. Como na primeira parte, Gateway 2 se baseia na saga de novelas Heechee de Frederick Pohl, mas esta vez a história é bem mais profunda. Assim se te sentiste um pouco vazio depois de jogar o primeiro jogo e esperaste muito para saber mais sobre os Heechee, definitivamente quererás ter este jogo nas tuas mãos. A longitude do jogo também é maior (o que era necessário para fazer uma história mais profunda, já que o primeiro jogo era bastante curto), e se jogaste o primeiro jogo, poderias esperar que este terminasse em qualquer momento... mas não é assim. Só continua, submergindo-te cada vez mais na trama. Obviamente, termina num ponto; mas quando isto ocorre não te poderás queixar de que o jogo foi demasiado curto, como muita gente fez com a primeira parte.
O interface é exactamente igual ao do primeiro Gateway, e é similar ao usado em outros jogos de Legend Entertaiment, como Eric the Unready e a série Spellcasting . Isto quer dizer que é um jogo de texto no que há desenhos do lugar onde estás nesse momento e possibilidade de usar o rato para combinar palavras em vez de escrevê-las. Desta vez Legend foi um pouco mais longe, já que os gráficos não são “desnecessários”. Na primeira parte não precisavas dos gráficos para jogar, mas esta parte tem quebra-cabeças que implicam gráficos, e quando falas com alguém agora tens uma imagem na tela completa com algumas opções de diálogo para escolher em vez de digitar a pergunta, o que o assemelha às aventuras gráficas. Também se melhoraram os gráficos, com cenas de corte bonitas que agradarão à gente que foge das palavras “aventura de texto”. Tudo funciona muito bem, e ajuda a fazer que este jogo seja melhor do que a primeira parte.
A parte musical do jogo também se melhorou notavelmente. Não é uma obra de mestre, e se desvanece um pouco na profundidade, mas ajustam-se ao sentido do jogo. Isto pode soar a medíocre, mas o facto é que a música se desvanece na profundidade, quase fazendo-te esquecer que existe, o que significa que nunca chega a ser chata. Esta é a prova real para a música do jogo: podes deixá-la ligada ou tirá-la por desespero antes de ficares louco!? Gateway 2 passa a prova. Já disse bastante.
Já deveria ter ficado claro que a segunda parte melhorou todas as carências da primeira mas, que passa com todos os pontos fortes de Gateway? Mas e os pontos fortes? Bem, a história do jogo é inclusive melhor, como já disse, mas o ponto realmente forte de Gateway eram os quebra-cabeças, tendo cada um deles solução lógica. Isto não variou. Gateway 2 não proporciona nem sequer um só quebra-cabeça que não tenha uma solução lógica. Também há pistas para a maioria dos quebra-cabeças, espalhadas por todo o jogo se fores observador. Isto quer dizer que não há pontos no jogo onde tenhas que começar a usar aleatoriamente os objectos que levas com os objectos do jogo. Garantido. Por suposto podes fazê-lo, mas seria melhor do que começasses a prestar atenção ao que te rodeia e pensar racionalmente sobre o problema que estás enfrentando. Como conseqüência o jogo não é muito difícil se prestares atenção e pensar sobre o que estás a fazer, mas também não é fácil.
Ainda que Gateway 2 é uma sequela não precisas ter jogado a primeira parte antes de começar. É aconselhável, já que assim conhecerás melhor a profundidade e adicionará experiência à história. E mais, a primeira parte também é boa. Este jogo obtém uma pontuação de cinco em cinco, já que é uma sequela excelente, e melhora todos os aspectos da primeira parte. Honestamente não sou capaz de encontrar-lhe defeitos; se há algum, é que ficas com a sensação de pedir mais, e já que Legend não existe, é improvável que se chegue a realizar uma terceira parte.
Notas técnicas:
O jogo funciona em XP, ainda que sem som. Funciona bem tanto em DOSBox como em VDMSound, assim sendo recomendo ambos programas. Esta versão é a completa que saiu em CD, incluindo as cenas de corte (não há diálogos, e nunca teve). O jogo deve se iniciar desde C:Gateway2 (se não te agrada deves mudar no arquivo “legend.ini”).
Nota de actualização:
Inclui-se um manual e um livro de pistas no arquivo do jogo.