Muitos de vós certamente conhece o filme Das Boot. E certamente se lembrarão da atmosfera desse filme, do pânico e do ambiente não próprio para claustrofobicos, e há boas hipóteses de que tenham gostado do filme e desses ingredientes.
Este é o jogo Das Boot, e a primeira coisa que vos tenho para dizer é que não esperem uma reprodução do filme. Embora algumas das missões se possam assemelhar ao filme, não são no entanto idênticas. E eu também notei que existe muito pouco do ambiente conhecido do filme. À parte disso, este jogo é um simulador: às vezes é necessário fazer muitas operações para conseguir completar com sucesso a missão.
Neste jogo toma-se o papel do capitão de um U-Boat Alemão durante a Segunda Guerra Mundial. Existem algumas missões disponíveis, e cabe ao jogador a tarefa de as completar, mantendo o navio e a tripulação a salvo durante esse processo. E haverá que enfrentar raids aéreos, cargas de profundidade e o fogo dos canhões inimigos que tentarão fazer tudo para impedir o sucesso de cada missão.
Existem dois modos de jogo: "Baltic Training" e as missões. O "Baltic Training" - ou o Treino no Báltico - pode ser visto como uma espécie de modo de arcada, no qual o foco principal recai sobre um único aspecto da jogabilidade e se tenta obter a pontuação mais alta possível. As missões já são "a coisa a sério". Lamentavelmente existem apenas cinco destas missões, mas cada uma delas oferece um desafio distinto, desde uma relativamente simples travessia do Estreito de Gibraltar (que pode ser vista como uma missão introdutória) à patrulha no Atlântico Norte onde será preciso fazer uso de todas as habilidades para encontrar, identificar e destruir os comboios inimigos.
Antes de se escolher a missão, é possível definir o nível de dificuldade, escolher o tipo de submarino (sendo que cada um terá uma diferente combinação de armas e velocidade máxima) e definir o nível de integração histórica. Esta ultima opção envolve a definição da actuação dos torpedos, das reparações a bordo e dos complementos aos torpedos. O Ajuste destas opções permite modificar a dificuldade das missões, bem como das tácticas a usar para as completar.
Depois de se ter seleccionado a missão e ter recebido o "briefing" - resumo da missão - surge então a sala de controlo do submarino. Esta é uma sala muito importante já que muitas informações estarão disponíveis aqui (tais como o stock de munições, a profundidade, etc.), e as funções de recolher ou subir o periscópio também se encontram aqui. Existem outras salas: a sala de máquinas, a sala de torpedos e a sala das comunicações de rádio, onde como é óbvio se recebem e enviam mensagens.
Estão também disponíveis várias armas diferentes: um canhão na cobertura e uma arma anti-aérea. Podem-se lançar torpedos ao mesmo tempo que se olha pelo periscópio ou pelos binóculos. As vistas diferentes surgem acima da linha de água, debaixo de água e a vista do timoneiro. Esta ultima é na ponte que é utilizada para navegar à superfície. As vistas acima da linha de água e por debaixo de água são importantes para a navegação em zonas minadas ou para evitar cargas de profundidade.
O último objecto a ser mencionado será o mapa, que é muito importante. Com ele pode-se ver toda a actividade numa pequena área à volta do navio, definir rotas e "comprimir" o tempo.
Haverá muitas mensagens para enviar e muitas poderão requerer o envio de informações adicionais posteriormente. Não tenho a certeza de que todas aquelas mensagens na verdade sirvam para alguma coisa. Pode-se simplesmente dizer que se afundou um porta-aviões inimigo que a reposta é sempre a mesma, quer seja verdade ou não. Quando se envia uma mensagem, há que decidir para onde a enviar e não esquecer de a codificar. Podem-se também receber mensagens. Todas as mensagens serão codificadas, e se for uma mensagem interceptada, terá de ser descodificada. No caso de as mensagens serem provenientes do lado Alemão, um dos códigos padrão (Triton, Dianna ou Enigma) será suficiente para a decifrar.
Os controlos são bastante simples. Usa-se o rato para manipular botões. A partir da ponte ou da sala de controlo pode-se submergir ou emergir usando-se as teclas das setas para cima e para baixo.
Nas vistas de superfície ou debaixo de água, e também na ponte, geralmente tem-se controlo total sobre o navio. Usam-se as chaves para descer, ascender e definir a direcção a seguir. As teclas "+" e "-" controlam a velocidade. Quando se usam os binóculos ou o periscópio pode-se usar a Barra de Espaços para lançar torpedos. E quando se está a manejar um dos canhões, a Barra de Espaços também o fará disparar. É tudo muito linear.
Para concluir eu acho que oeste jogo é bastante bom. A jogabilidade é divertida e absorvente. Os controlos são fáceis de dominar. Também existem uns quantos pontos negativos no jogo, tais como o curto número de missões. Há também o aspecto do realismo - não é todos os dias que se vê uma esquadrilha inteira de caças a levantar voo de um porta-aviões. Os fanáticos do realismo e que gostam que as coisas tenham precisão podem ser aconselhados a manterem-se longe deste jogo, mas a todos os que gostam de jogos deste género recomenda-se que experimentem este.
NOTA: Eu limpei a tabela de pontuações mais altas para a vossa conveniência. Aconselho a que criem uma nova quando jogarem o jogo pela primeira vez. Isto pode ser feito com um simples clique no diário de guerra do menu principal e depois escolhendo "create it" na mensagem de erro que surgir.
NOTA TÉCNICA:
Eu experimentei este jogo no Windows XP e ele funcionou mas sem sons.
No DOSBox o jogo ficou muito esquisito, as cores ficaram todas trocadas mas o som funcionava; com o VDMSound os sons e os gráficos funcionaram bem.