Os jogos de computador do género RPG (definição de RPG da Wikipedia: "Um RPG, ou Role Playing Game - Jogo de Interpretação de Papéis - é um jogo de interpretação de personagens ficcionais em que os jogadores têm liberdade para controlar todas as acções de seus personagens.") são os meus favoritos, desde os meus primeiros dias com Ultima e Wizardry no Apple IIe, a Rogue e Telenguard num TRS-80 Color Computer, até Neverwinter Nights e Oblivion no PC. Dado o facto de eu adorar RPGs, eu realmente tentei dar tempo a DarkSprye para que este pudesse "crescer" em mim.
DarkSprye, infelizmente, nunca o fez. Eu gastei bem mais de uma hora a vaguear por um labirinto sem sentido, tudo num esforço para assegurar que vós, caros leitores, recebam um texto justo sobre este jogo. Eu tenho a certeza de que DarkSprye foi uma adição bem vinda quando os jogos de computador não eram muito abundantes e disponíveis como são agora.
DarkSprye oferece-vos uma possibilidade de inicio rápido: a vossa escolha para um "inicio rápido" de um personagem masculino ou feminino, ou a possibilidade de criarem o vosso próprio personagem através da leitura de "uma tonelada" de texto do enredo e fazerem as selecções que acharem que encaixam. Podem distribuir todos os pontos pelas diversas capacidades ou deixarem que o programa o faça para valores base e fazerem ajustes a partir daí.
Há um sistema de inventário completo e podem arrastar e largar lá armas, armaduras, amuletos, livros de feitiços, poções, etc... a vosso gosto. Segue os padrões justos para os jogos RPG antigos e dos dias de hoje. O jogo tem a possibilidade de deixar realizar feitiços, criar poções (o que é muito bom para um jogo de 1990), chaves, armas de arremesso, espigões e muito mais.
O jogo decorre em "tempo real" no qual o inimigo irá mover-se e atacar mesmo que mantenham o vosso personagem quieto. Certifiquem-se de que o coloquem em "pausa" quando tiverem que se ausentar. Os gráficos são certamente jogáveis, embora não sejam nada de especial, os sons funcionam e a música (que surge durante a fase de combate) é aceitável.
No jogo usam-se as seguintes teclas:
- teclas das setas (mesmo as diagonais do "keypad" - teclado numérico) para deslocar o personagem
- "Enter" para activar as alavancas
- "T" para agarrar (apanhar) objectos do chão
- "P" para colocar o jogo em "pausa"
- "R" para carregar um jogo gravado
- "-" para aumentar o espaço do inventário no ecrã e ficar com menos área de jogo
- "+" para aumentar a área de jogo e diminuir o espaço do inventário
Uma vez que aprenda um feitiço específico e o adicionem ao vosso livro de feitiços, terão de o ler antes de o poderem lançar. Para criarem poções têm de possuir um recipiente vazio numa mão e algo para fazer a poção na outra, tal como um rubi (para poções de curar) ou uma esmeralda (para fazer veneno). Podem beber ou lançar as poções - acho que conseguem adivinhar que acção é mais apropriada para fazer com cada uma das poções. Tenham cuidado ao ficarem envenenados pois o efeito não passa com o tempo: ou se curam ou "morrem"!
Isso tudo parece muito bom, e é, restando-me agora a parte má. Reparem que não há nenhuma tecla para "gravar o jogo"! Podem apenas gravar em zonas específicas do jogo, quando encontrarem uma runa mágica. Isto é uma grande chatice tendo em conta a facilidade com que se "morre" (dependendo de alguma sorte) num combate (até se encontrar pontos para aumentar as capacidades ou um amuleto que as torne melhor).
A quantidade de labirintos nas grutas que pode ser visto em cada altura é bastante limitado tornando difícil encontrar o caminho para o próximo nível. Dada a existência de um pergaminho com um feitiço que torna as coisas escondidas em coisas visíveis, é possível que me tenha escapado alguma coisa importante, pois o meu não era suficientemente poderoso para lançar o respectivo feitiço.
Vale a pena deitar o olho a DarkSprye, e se conseguirem sobreviver com a falta de uma opção para gravação e com a vista limitada do labirinto, então terão aqui um bom jogo. Escolham a vossa arma e vão lá dar cabo de alguns canastros...