Vamos lá a ver: se fores um rapaz, provavelmente em alguma altura da tua vida brincaste com soldadinhos (certamente durante a fase da infância). A emoção que sentias quando os teus pequenos soldados verdes faziam um assalto atrevido ao acampamento da base inimiga dos soldadinhos cinzentos, atirando berlindes e fazendo aqueles sons esquisitos "peuw-peow" irá ficar-te na memória por muito tempo. Alguns de vós na verdade nunca se irão esquecer, e certamente não se importariam de repetir a experiência novamente. E é aqui que Halls of Montezuma: a história do "Corpo de Fuzileiros dos Estados Unidos" (the United States Marine Corps) entra. É tal e qual como um clássico jogo com um exército de soldadinhos, numa escala mais alargada, usando cartas.
O interface do jogo não me demorou tanto tempo a perceber como eu julgava, tendo conseguido absorver quase tudo muito facilmente e ter um jogo completo numa curta sessão de 30 minutos. O jogo decorre num típico mapa estratégico hexagonal, usando cartas para representar as unidades. O símbolo X é usado para as unidades de infantaria, o O para as de cavalaria (tanques) e os S para as de artilharia. Depois de escolheres o teu cenário, e de que lado queres estar (normalmente um dos lados tem uma grande vantagem sobre o outro), podes obter relatórios detalhados das tuas esquadras. Nestes relatórios podes ver que esquadras estão em forma e quais as que acusam fadiga, as que ficaram sem líder, quantas baixas tiveram e até mesmo se as suas linhas de reabastecimento foram interrompidas. A partir do menu dos relatórios, é ainda possível verificar os objectivos no mapa e ver quem os controla, e também que esquadras estão destinadas a tomá-los ou a libertá-los para obteres mais pontos. No menu das ordens, poderás dar ordens às tuas divisões. No entanto elas poderão não seguir pelo caminho que estás à espera que elas utilizem, e se entrarem em contacto com o inimigo irão tentar repeli-lo em vez de se arriscarem a perder elementos. Tudo neste jogo gira à volta da aquisição de pontos de vitória (Victory Points). Depois de um determinado número de turnos, número esse que será diferente para cada cenário, o exército com mais pontos (VP) ganha. Poderás estar no meio de uma derradeira ofensiva, quando o "juiz" pára o tempo e o Rommel simplesmente começa-se a rir na tua cara e rouba-te o "dinheiro do almoço".
Sendo um jogo antigo, não há que esperar muito dos gráficos e do som, apenas funcionalidade. Os gráficos funcionam, quando conseguires identificar o que os símbolos querem dizer nas cartas, torna-se fácil visualizar os exércitos em acção. O som no entanto é outra história. É muito minimalista, o que até não é mau, mas o que lá está é um pouco patético. Deslocar as unidades causa um som, as unidades a sofrerem um ataque causam um som, e é apenas isso, à parte de serem apenas sons de bangs e booms do PC-Speaker. Dependendo da localização dos gráficos e dos sons na tua lista de prioridades para um jogo, podes até não querer nada com este, mas acho que toda a gente o devia experimentar e procurar tirar um pouco de diversão com ele.
PRÓS
+ Simulação precisa para alguém que se senta atrás de uma secretária a dar ordens a soldados
+ Acção bastante rápida
+ Fácil de compreender
CONTRAS
- Os gráficos são meramente funcionais
- Os sons são menos que o adequado
- Não há controlo directo sobre unidades individuais