Dusk of the Gods é um jogo que mistura acção com aventura e RPG, produzido pela Event Horizon Software e que assenta na mitologia Nórdica. Aqueles que estão familiarizados com ela saberão acerca de Ragnarok, a grandiosa batalha no fim dos tempos entre os Deuses Aesir e Vanir, na qual muitos dos mais poderosos Deuses do bom Aesir perecerão às mãos do perverso Vanir, seguindo-se a alvorada de uma nova época de paz. A profecia de Ragnarok estava destinada a ser inevitável, mas os Deuses de Aesir irão escolher tentar atrasar o Ragnarok tanto quanto possível e lutar directamente contra Vanir até ao último soldado, não importa as consequências que daí advirem para eles.
A história de Dusk of the Gods coloca-nos no papel de um dos Einherjar, mortais caídos do mundo humano de Midgard enviados para Valhalla, a capital dos Deuses Aesir. Foi Odin o Pai-de-Tudo que nos escolheu, não para encontrar uma maneira de atrasar o inicio de Ragnarok, mas em vez disso, para tentar encontrar uma vantagem, necessária para mudar o destino e permitir aos Deuses de Aegir vencer a guerra. É claro que mudar o futuro não é uma tarefa fácil, especialmente quando o que é suposto acontecer foi previsto por profetas vezes sem conta, mas os Deuses de Aesir acreditam numa última esperança de sobrevivência.
Dusk of the Gods deixa-nos escolher um personagem ou criar um. Se a escolha recair sobre criar um novo personagem, é possível decidir como "ele" ou "ela" actuam nos pontos altos da sua vida através da entrada nos edifícios colocados no mapa; pode-se escolher adorar um Deus e obter os seus favores, lutar em batalhas e expandir as capacidades de combate, ou estudar magia e melhorar os conhecimentos nos meandros arcanos. Cada escolha toma algum tempo da vida do personagem, e sentarmo-nos enquanto decidimos para que local do mapa o enviamos para que ele possa treinar, contribui para desperdiçar anos da sua vida.
À chegada do nosso personagem a Valhalla, temos a oportunidade de conhecer e falar com muitos dos seus habitantes, incluindo muitos dos mais conhecidos Deuses. Inicialmente, cada personagem que conhecemos tem um texto seu que é único; ao falarmos com Deuses, mortais e outros seres, aprendemos mais sobre a mitologia Nórdica e sobre o que preocupa os Deuses. Muito do que é dito relaciona-se directamente com o jogo, mas com alguma frequência ouvem-se histórias sobre os Deuses e sobre os seus feitos. As histórias são claramente baseadas em muitas fontes diferentes da mitologia Nórdica e outras histórias Escandinavas, portanto eliminando factos estritamente baseados em apenas uma fonte, o que de vez em quando se torna aborrecida por ser difícil de interpretar. Dusk of the Gods não nos sujeita a um diálogo fixo; em vez disso, é possível seleccionar as palavras que aparecem numa conversa e descobrir mais sobre determinado assunto, e pode-se até entrar com respostas próprias, o que às vezes é necessário para se poder continuar o jogo.
Muito deste jogo envolve, naturalmente, a luta contra monstros, animais e os Vanir e os seus aliados. Em Dusk of the Gods é preciso deslocar o personagem na direcção dos inimigos para os atacar com armas de luta corpo-a-corpo; se o personagem não estiver voltado para o inimigo, não o conseguirá atingir. Depois de se atacar com uma arma, tem de se esperar um certo tempo antes de se poder atacar novamente (este tempo de recuperação depende do tipo de arma que está a ser usada), portanto pode ser frustrante não ter o personagem devidamente alinhado e ser forçado a esperar e realinhar antes de poder atacar outra vez, enquanto os inimigos o desfazem em pedaços. É claro que, os inimigos não parecem ter este problema quando atacam o nosso personagem. Usar armas de ataque à distância, tais como arcos, é ainda mais difícil, pois é preciso prever para onde o inimigo se está a deslocar para se alinhar devidamente o personagem nessa direcção. A magia, que existe sob a forma de runas, são-nos oferecidas pelos Deuses ou podem ser encontradas em qualquer lado, tem os mesmos problemas, dependendo do feitiço escolhido.
A missão principal do nosso personagem é encontrar uma maneira de garantir a vitória aos Deuses de Aesir no Ragnarok; no entanto podemos encontrar personagens que precisam de um guerreiro valente para os ajudar. Existem muitas missões com as quais se podem obter falando-se com vários personagens, e enquanto alguns nos ajudarão na missão principal, outros poderão oferecer objectos que nos ajudarão no futuro.
Infelizmente Dusk of the Gods não nos dá uma lista das missões que temos para cumprir ou que nos pediram para completar, portanto é aconselhável escrever este tipo de informações quando elas estiverem disponíveis.
Quando o nosso personagem é "morto", retorna ao Palácio de Valhalla. A única outra penalidade por se "morrer" é que se perdem todos os objectos apanhados das missões que estivessem a ser transportados pelo personagem, tornando as fugas fáceis impossíveis; os objectos como equipamentos, runas e itens de restauração de "saúde" mantêm-se no entanto com o personagem. A falta de um mapa no jogo torna no entanto, o regresso ao local onde o personagem "morreu" muito difícil.
Os gráficos de Dusk of the Gods são fortemente "pixelizados"; ainda assim, os gráficos ilustrativos dos vários cenários do jogo estão muito bem feitos. A música varia de "realmente bom" para "tão mau que até corta as orelhas", e algumas trilhas não são muito memoráveis.
Na generalidade, a dificuldade em combate pode afastar as pessoas deste jogo, mas pode ser compensante tentar continuar a história, que é excelentemente apresentada e escrita de maneira que nenhum conhecimento anterior da mitologia Nórdica é necessário.