Quando tu experimentares este jogo poderás ficar surpreendido. Embora pareça giro e amoroso logo desde o início, em breve te aperceberás de que este não é apenas mais um jogo para crianças. Este é um jogo para todas as idades, e dependendo do teu perfil irás reagir de maneira diferente a cada uma das suas secções.
Os personagens devem ser familiares para a maioria das pessoas que gosta de livros de banda desenhada, que têm filhos, ou que sempre foram crianças. Tudo gira em torno do "Uncle Scrooge" - o nosso conhecido "Tio Patinhas" - que como toda a gente sabe é conhecido por ser um forreta Escocês que provavelmente venderia a sua família no eBay, se lhe dessem essa oportunidade. Ele é também resmungão, cínico, temperamental, agressivo e cheio de ódio peli seu rival "Flintheart Glomgold" - que é nada mais nada menos que o "Patacôncio". Este ultima é o maior inimigo histórico do Tio Patinhas, que poderia ser descrito como um seu clone também com muitos dos seus atributos maravilhosos. Ele no entanto convive com personagens mais "pesados", que consistem num vasto leque de más companhias. Entre eles encontram-se "Magica De Spell" - Quem não se lembra da "Maga Patalógica" - e os "Beagle Boys" - os "Irmãos Metralha" - que também se tentam meter na vida do Tio Patinhas.
Para ajudar o Tio Patinhas contra todos estes personagens menos simpáticos teremos, para já, "Huey" ("Huguinho"), "Dewey" ("Zezinho") e "Louie" (Luisinho). Estes são os seus sobrinhos e viajam com ele por todo o mundo, ajudando-o a sair das situações dificeis em que ele se consegue sempre meter. Outro personagem importante que faz parte do seu grupo de companheiros é imparável piloto "Launchpad McQuack" (o Capitão Bóing), um tipo normalmente desajeitado que ajuda o Tio Patinhas quando ele precisa de ser transportado de um local para o outro. Como o seu único modo de aterrar é despenhando-se no hangar, tem de haver um mecânico habilidoso no grupo, daí a inclusão do "Gyro Gearloose" - mais conhecido como o "Professor Pardal". Também neste jogo aparecem "Webbigail" - hum, acho que esta é a "Abigail" (ou talvez esteja a inventar :P), a sobrinha do Tio Patinhas, uma pequena patinha gira que presta o mesmo tipo de ajuda que os sobrinhos.
O jogo em si é baseado no desafio do Patacôncio, que quer saber quem é o pato mais rico do mundo. Portanto o Tio Patinhas tem de juntar tanto dinheiro quanto possível no espaço de 30 dias, em diferentes locais à volta do mundo. Estes incluem todos os cantos do mundo disponíveis num mapa de parede existente não só no seu escritório, como também na sala da bolsa de valores e no depósito de dinheiro. O mapa leva-te a fazer escaladas de montanhas, a explorar a selva, a descobrir cavernas e a fotografar animais raros e é a parte mais divertida e com maior acção desta caça ao dinheiro. Na sala da bolsa de valores, podes comprar acções, esperar alguns dias e vendê-las novamente na esperança de obteres algum lucro. Isto é no entanto bastante aleatório e para poder ser usado primeiro terás de recolher algum dinheiro. Dar uns mergulhos no depósito de dinheiro de tempos a tempos também te permite encontrar uma velha moeda rara que será adicionada à tua fortuna.
Quando quiseres viajar a um local específico, irás para lá num avião pilotado pelo Capitão Bóing, coisa que não é tão fácil como parece. Irás ter de tudo com que te preocupar, desde baleias, bigornas (?) e balões de ar quente e montanhas, e quando (e se...) chegares ao teu destino a aterragem é realmente a parte onde o Bóing estraga tudo...
Por cada tarefa, tu controlas um dos personagens "bons", dependendo do nível onde estiveres. O teu principal objectivo é recolher tantos objectos de valor quanto possível e voltares ao escritório com esses objectos. Cada nível também tem objectos de valor especiais dos quais serás informado antes de saíres do teu escritório para apanhares o avião. Uma ilha especial no Oceano Indico permite-te verificar quem está a ganhar - tu ou o Patacôncio. Depois de passados os 30 dias caso tenhas juntado mais ou menos dinheiro que o Patacôncio, será esse o parâmetro de vitória ou derrota.
Os gráficos são fiéis aos da banda desenhada original de Duck Tales e transmitem uma boa imagem do jogo. Quanto ao som, é muito directo sem impressionar muito, mas parece bem trabalhado e não se torna irritante. Isso deveria ser encarado como um sucesso, já que muitos jogos do seu tempo apresentam sons que poriam qualquer compositor a dar voltas no tumulo. A jogabilidade é também boa, mesmo que tenhas de carregar nas teclas com grande rapidez em alguns níveis sem as manteres carregadas, ou o teu personagem vai começar a parecer-se com um canguru drogado.
Para terminar, este jogo é bom para a idade que tem, mas vais precisar de ser um fã da banda desenhada para realmente poderes apreciá-lo nos dias de hoje. Eu estive tentado a dar-lhe uma nota 3, mas o nosso membro dos fóruns, TheVoid, que me deixou escrever este texto, nunca me perdoaria, já que ele parece adorar este jogo. Também, como é um jogo de 1990 acho que ninguém está à espera de milagres. No entanto ele poderá ajudar-te a passar algumas horas, e não é para isso que os jogos servem?