Ser uma mente perversa é fácil para mim, mas escolher um bom e desafiante jogo para mostrar a minha genialidade, bem, já não é tão fácil. Especialmente quando muitos deles não trazem nada de novo. Não é o que acontece com este no entanto. Com um bom sistema de combate, quebra-cabeças interessantes e um enredo suficientemente bom para um "xico-esperto" como eu, The Dark Heart of Uukrul é um jogo bastante bom.
Portanto, e de que se trata? Bem, basicamente o teu grupo é enviado numa missão para destruir Uukrul, o perverso Senhor do Submundo. E tu NÃO ÉS o primeiro a tentar isto, já que antes de ti, foi enviando um exército atrás dele. Mas, como é típico, para que possa surgir um herói, esse exército falhou. E fê-lo MISERAVELMENTE. Tudo o que restou foi o diário de um dos guerreiros. Hãm, estes heróis de meia tigela, falham sempre. Ah, sim, continuemos com o texto. Portanto agora cabe ao teu grupo de guerreiros (quatro no total - e porque será que estes grupos são sempre de quatro?), cada um de sua classe, para suceder a um exército inteiro de "heróis falhados". É claro que, sendo eu próprio uma "mente perversa", já adivinham o que eu estou a preparar.
Portanto, pegas nos teus heróis, nas suas "soul gems" (ou "pedras das almas" - sobre as quais já vamos falar mais um pouco) e nos seus equipamentos básicos e lá vão eles rumo ao "Submundo". Ao contrário de muitos RPG, neste jogo não podes escolher a classe dos personagens do teu grupo. Não, tens um grupo pré-definido: um "Fighter" (guerreiro - que usa todas as armas e armaduras pesadas), um Paladino (que também luta bem e consegue fazer alguns curativos), um "Priest" (sacerdote - que pode rezar a várias divindades incríveis) e um "Wizard" (feiticeiro - se não sabes o que faz um feiticeiro, estás realmente desenquadrado deste cenário!). Isto pode parecer que tira qualquer coisa ao jogo em si, mas no fim, isto faz tudo parte da "magia". É que, são precisos exactamente estes elementos na equipa para se conseguir resolver cada um dos quebra-cabeças, e vão-te aparecer muitos pela frente! O jogo está carregado de "puzzles", e cada um deles é único. Até a protecção contra cópias, que pode ser ultrapassada com a impressão das "soul gems", é um quebra-cabeças! Para poderes usar os "santuários", que podem curar os personagens e permitem gravar o jogo, precisarás de usar as "gems" para descodificar a linguagem de cada santuário. E como é isto feito exactamente? Bem, eu sou "mau", portanto não te vou contar. Precisarás de ver as instruções sobre as "gems" para descobrires.
Mas isto é só o início. Uma regra de ouro neste jogo: QUASE NADA DO QUE APARECE NESTE JOGO É INUTIL! Poderás até ter que recuperar objectos que tenhas deitado fora por na altura te terem parecido "inúteis". E isso não é bom, considerando o número de servos de Uukrul que estarão simplesmente à espera do teu grupo para o transformar numa "sandwich".
Isto acaba por ser outro dos pontos fortes deste jogo "diabólico": o combate. Durante grande parte do jogo estarás a jogar com uma perspectiva na primeira pessoa, mas o combate é muito mais estratégico, semelhante a Ultima IV tanto no aspecto como na execução. E não é apenas isso, mas os movimentos das animações, os feitiços e os ataques são muito bem feitos, considerando a altura em que o jogo foi feito. Na parte dos pontos fracos, as orações e os feitiços requerem que os seus proclamadores soletrem os seus títulos correctamente. Não é fácil, considerando que estes estão numa linguagem que eu nunca ouvi antes - excepto talvez num antigo pergaminho demoníaco...
É claro que, o combate e os quebra-cabeças podem ser as principais maravilhas do jogo, mas há outras. Uma é que os personagens precisam de comida e água para sobreviver, e outra coisa é que quando um deles "morre", precisa de ser "reanimado" rapidamente, ou então ficará assim permanentemente e um novo personagem terá de tomar o seu lugar. Pessoalmente, eu gosto dessa parte. Apesar de tudo, os heróis podem ser facilmente substituídos, tal como a maioria dos meus servos.
De um modo geral, The Dark Heart of Uukrul é uma experiência de RPG única que qualquer jogador deveria de experimentar pelo menos uma vez. Tem tudo: uma dificuldade incrível, um sistema de combate bem feito, quebra-cabeças únicos e originais e uma história que foi muito bem imaginada. Eu atribuo a este jogo um 4 no máximo de 5. E quem disser o contrário enfrentará a ira de Uukrul!