Aposto que toda a gente conhece o "agente da lei" mais desastrado do mundo. Ele é, está claro, o "Inspector Gadget". Os seus desenhos animados eram os meus favoritos quando eu era criança, e só deixei de ver os seus excelentes episódios porque já nenhum canal de televisão os mostra. Por isso fiquei satisfeitíssimo por jogar este jogo.
No jogo veste-se a pele da sobrinha de Gadget, Penny, e do seu cão, Brain. Esta é a dupla que realmente resolve os casos. E desta vez, o caso é mesmo importante. O Dr. Claw, o terrível vilão, raptou quatro membros das Nações Unidas (UN) e mantendo-os hipnotizados. No lugar destes colocou robots que acatam as suas ordens. Cabe ao jogador impedir o seu malvado plano. Há que encontrar estes quatro membros das UN, que se encontram cativos algures no planeta e depois, voltar ao Edifício das Nações Unidas em Nova Iorque e salvar o mundo.
Os gráficos são muito fiéis ao desenho animado, a música segue o ambiente do jogo mas consegue ser irritante ao fim de algum tempo. O jogo tem algumas falas, embora basicamente sejam frases típicas do Inspector, tais como: "Go-go-Gadget chain saw" (Vai-vai serra eléctrica Gadget). O jogo corre sem grandes problemas, mesmo em computadores com o Windows XP, devendo neste último caso ser desactivadas as falas (podem bloquear o computador) e pode não ser possível utilizar o rato. É por isso recomendável usar o DOSBox (que deverá ser "acelerado" para pelo menos 6000 ciclos).
E agora acerca do jogo em si:
Este é um jogo de aventuras pensado para crianças, portanto é relativamente mais fácil que a maioria dos jogos de aventuras. Começa-se na cidade de "Metro" e a primeira coisa a fazer é descobrir qual é a missão. Deve-se sempre falar com o "tio" (outra coisa não seria de esperar de uma "boa" sobrinha) e assim que o Gadget se vai embora, está na altura de entrar em acção. Quando se está bloqueado numa situação, pode-se tentar mudar para o personagem do Brain. Os puzzles são todos concebidos da mesma maneira. Quando se chega a um local, faz-se uma exploração ao terreno e arranjam-se sarilhos. Nunca se pode escapar, mas consegue-se sempre fazer escapar o Brain - ou é empurrado para fora do comboio, ou é ejectado do assento do carro. Depois é-se encerrado num local desconhecido, mas consegue-se ter sempre à mão uma das engenhocas do tio Gadget e arranjar algumas pistas. Depois de se saber onde se está, há que contactar o Brain e comunicar-lhe a localização. A seguir é a vez de jogar com o personagem do Brain e ir salvar a Penny. O Brain usa sempre disfarces. Depois de se salvar a Penny, encontram-se todos à porta do local onde o membro da UN está preso. Há que entrar nesse local (à custa do Brain e do seu brilhante disfarce) e usar uma das engenhocas para salvar o prisioneiro. Uma ferramenta muito útil é o "livro computador". A partir deste é possível controlar as engenhocas, activar "imãs" contactar o Brain, chamar o chefe e até saber alguns factos sobre o País onde se está.
Este jogo recebe nota 4 pelo prazer que me deu jogá-lo. Um experiente jogador de jogos de aventura irá achá-lo demasiado fácil: os puzzles e quebra-cabeças são muito simples e o jogo torna-se muito curto. Mas há que pensar com a mente de uma criança. O jogo foi simplificado a pensar nelas; ainda assim tem um aspecto gráfico e uns sons muito agradáveis. Portanto o valor do jogo está aí.